Há cerca de três meses quando chegava no prédio
 em que mora, na Alameda Pádua, na Pituba, a gastrônoma Vera Lúcia 
Novaes quase foi assaltada. Foi o porteiro que a salvou. “Ele foi meu 
anjo da guarda”, diz. Um carro a seguia, por volta das 19h, e ao chegar 
próximo à portaria, ela buzinou. “Ele sabia que não eu buzino e saiu 
para ver o que estava acontecendo. Depois disso, os caras fugiram”, 
lembra Vera.
O
 porteiro que a ajudou trabalha há mais de 30 anos e já é conhecido por 
estar atento a tudo que acontece dentro e fora do prédio. Assim como as 
diversas câmeras de monitoramento instaladas no edifício, ele acompanha 
tudo. 
|  | 
|---|
| 
(Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) | 
E
 é partindo dessa ideia de que os porteiros estão sempre vigilantes que a
 Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio do Conselho Comunitário
 de Segurança Pública da Pituba, lançou nesta terça-feira (20) o 
programa Vigilância Participativa.
“O
 porteiro é um olho da segurança naquele momento. Ele se tornou o 
responsável por aquele território. Ele vai ter em mãos os números dos 
nossos policiais que estão nas ruas, para poder acioná-los ao perceber 
qualquer situação de anormalidade”, explicou o comandante da Polícia 
Militar, coronel Anselmo Brandão.
Além
 disso, os policiais vão ter pontos de referência para perguntar aos 
porteiros, durante as suas rondas, se houve uma situação suspeita 
naquela rua. 
SinaisO
 programa capacitou 900 porteiros para atuar em prol da segurança do 
bairro. Eles foram preparados para atuar com primeiros socorros, 
reconhecer situações de risco e acionar a polícia imediatamente.
|  | 
|---|
| 
Silvio Roberto (em primeiro plano) é um dos porteiros que recebeu capacitação do Vigilância Participativa (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) | 
Entre
 eles, o porteiro Geraldo de Jesus, 42 anos. Ele acredita que a 
iniciativa pode ajudar, mas é preciso que a agilidade da polícia 
aconteça realmente. “Com a ação da Vigilância Comunitária, melhorou 
bastante, mas temos que ter a consciência que, apesar do porteiro 
intervir em alguma coisa, o intervalo de tempo que entre a ligação que 
fazemos e a chegada da polícia é grande. Aí o bandido já foi embora”, 
afirmou.
Ele conta que há 
algum tempo os moradores e os porteiros estabeleceram sinais para dar 
mais segurança. “Muitas vezes a gente tem que criar uma senha, como 
palavras combinadas ou gestos, para que a gente libere a entrada de 
pessoas e qualquer tipo de material, por que se não for dessa forma, 
como a gente vai saber?”, explicou.
Durante
 o lançamento, os porteiros receberam cartilhas com orientações e 
números de telefones para serem utilizados no dia a dia. 
ViolênciaA
 administradora Cristiane Bizi, 39 anos, que sempre faz passeios com os 
filhos de 3 anos, diz que fica com receio e espera que as ações da 
polícia tenham efeito imediato. “Tem acontecido muitos assaltos aqui. Eu
 nunca vi nada, mas sempre escuto de que aconteceu alguma coisa. Então, 
fica aquele medo”, contou.
O
 taxista Elomar Luz Palma, 50 anos, conta que já presenciou diversas 
ocorrências. “São varias ocorrências de assalto a mão armada, inclusive 
dentro dos próprios prédio, saidinhas bancárias também são muitas”, 
disse.
TecnologiaTreze
 novas câmeras de monitoramento foram instaladas no bairro dentro do 
programa, e agora são 23 espalhadas pelas ruas da Pituba. As imagens são
 monitoradas pela 13ª Companhia Independente da Polícia Militar e a SSP.
As
 câmeras instaladas dos prédios também vão poder auxiliar no trabalho da
 polícia, explica o secretário Maurício Barbosa. “Vamos acoplar 
tecnologia para essa força coletiva, aproveitando as câmeras do setor 
privado para identificar suspeitos”, explicou. 
|  | 
|---|
| 
(Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) | 
Pequenos
 centro de controle estão sendo implantados nas companhias de polícia da
 cidade. “Escolhemos as companhias que têm o maior número de 
ocorrências, ou que têm uma demanda específica, como zonas de interesse,
 que são as áreas bancárias, turísticas, por exemplo”, explicou o 
secretário.
Ainda de acordo
 com o secretário, no futuro, a expectativa é de que as câmeras do setor
 privado, como de grandes empresas possam ser integradas ao Centro 
Integrado de Controle e Comando do governo. 
De
 acordo com o comandante da PM, Anselmo Brandão, os locais onde a 
parceria já está funcionando houve uma redução no número de ocorrências.
 “Onde fizemos, houve uma redução significativa em pequenos furtos, que 
são roubos de celular, de veículos, houve uma queda bastante acentuada”,
 disse. 
Para a presidente 
do Conselho Comunitário de Segurança Pública, Carmen Angélica Carvalho, 
desde que a parceria foi iniciada no fim do ano passado, as ocorrências 
diminuíram. “A violência diminuiu bastante nessa área. Esperamos que, 
com esse projeto, com os porteiros qualificados, as placas de 
vigilância, possamos ter uma segurança melhor para o nosso bairro”, 
disse. 
O comandante da 13ª
 Companhia Independente da Polícia Militar (Pituba), coronel Saulo da 
Costa, afirmou que a polícia não deve mais agir sem apoio da comunidade.
 “Não se faz mais segurança só com a polícia. Se não tivermos a ajuda da
 comunidade, não faremos uma boa atuação”, afirmou. O delegado titular 
da 14ª Delegacia, Nilton Tormes completou que o programa vai aperfeiçoar
 a atuação na área. “Esse aperfeiçoamento só vai favorecer a 
comunidade”. 
|  | 
|---|
| 
(Foto: Mauro Akin Nassor) | 
PeriferiaPara
 que o programa seja implantado no bairro, é necessário que a 
comunidade, por meio de uma associação, solicite a demanda à polícia. 
Segundo o comandante da PM, os bairros do Uruguai e Massaranduba já 
estão se mobilizando e devem ser os próximos a receber a iniciativa. 
“Vamos
 ver como fazer esse trabalho. Se a associação quiser, vamos lá e 
fazemos o treinamento. Tem que haver o envolvimento da comunidade, 
senão, não funciona”, explica.
Nesses
 bairros, o foco não deve ser os porteiros. “Essa área (Pituba) tem 
peculiaridade que é o porteiro. Na periferia, vamos pegar alguém do 
comércio, uma associação, alguém que possa ser um referencial para fazer
 essa interligação no bairro”, explicou o coronel. 
*colaborou Alessandra Lori, integrante da 9ª turma do Programa Correio de Futuro
 
Postar um comentário
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo!
Comente,opine,se expresse! este espaço é seu!
Se quiser fazer contato por email, utilize o formulário para contato.
Espero que tenha gostado do blog e que vol!te sempre