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Passada recentemente as eleições para o Governo da Bahia, muitas promessas foram feitas em relação à saúde, mas os problemas continuam sem nenhuma solução. Uma vítima do descaso com a assistência à população baiana foi Humberto da Silva Santana, que veio à óbito depois de não conseguir uma vaga em uma unidade hospitalar para tratamento da insuficiência renal.
 
Natural de Santo Estêvão, cerca de 150 quilômetros da capital baiana, o idoso de 72 anos sofria de insuficiência renal e na esperança receber assistência para sua doença veio para capital baiana. No dia 30 de setembro, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento, localizada na avenida San Martin, com quadro estável. "Ele entrou andando, somente sentindo algumas dores", lembrou o genro do paciente, Reinaldo de Assis Pitanga.


De acordo com Pitanga, já no primeiro dia de internação, os médicos alertaram que a UPA não tinha condições para a situação de Humberto e que era necessário uma transferência para unidade hospitalar. Com isso, a família do paciente procurou a Central Estadual de Regulação (CER/BA) da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, onde foi informada que não tinha vaga em nenhum hospital e que era necessário aguardar.
 
Com o quadro de saúde do paciente se agravando, os familiares entraram na Justiça e conseguiram uma liminar que obrigava a transferência de Humberto para qualquer hospital público ou privado. Tendo a liminar em mãos, concedida no dia 2 de outubro, Gilvanete Souza Santana, filha do paciente, voltou a entrar em contato com a CER/BA, mas não obteve êxito.
Sendo assim, o idoso permaneceu na UPA de San Martin e sem assistência compatível para o seu quadro de saúde. "Não tinha vaga em hospital nenhum e o posto não tinha condições de dar assistência a ele", afirmou Pitanga, que ainda relembrou buscar o apoio de alguns veículos de imprensa, também sem sucesso. "Vocês (Bocão News) foram os únicos que deram atenção pra gente. Infelizmente, tarde demais", lamentou.
 
Na manhã desta segunda-feira (6), após seis dias internado na UPA, o paciente Humberto não resistiu e morreu às 8h31. Inconformado com o falecimento do sogro, Pitanga desabafou. "Isso é um verdadeiro absurdo. Só porque ele era pobre, sem influência, não conseguiu uma vaga no hospital para tratar da sua doença. Isso não pode acontecer, não pode continuar assim, as pessoas perderem as vidas porque o Estado não garante assistência à saúde de qualidade para os cidadãos. Isso precisa ser revisto para que outras famílias não tenham o mesmo sofrimento que estamos tendo". 
 
De acordo com Pitanga, mesmo sem responsabilidade sobre o caso, a UPA não tem condições de atender ninguém e durante a semana que esteve no local, presenciou quatro óbitos. "Nem uma hemodiálise a UPA tem condições de fazer", concluiu.
 
Humberto da Silva Santana foi sepultado na manhã desta terça-feira (7), no cemitério da cidade de Santo Estêvão, onde residia junto com a família.

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