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Com passe ligado ao Monterrey do México, zagueiro teria atuado de forma irregular contra o Flamengo de Guanambi e Leão pode ser eliminado do estadual

Uma possível irregularidade na inscrição do zagueiro Victor Ramos, do Vitória no Campeonato Baiano movimentou as redes sociais neste domingo (27). O assunto veio à tona por conta do regulamento da competição.

O parágrafo terceiro do artigo 20 do regulamento do estadual diz que “transferências internacionais, independentemente do protocolo dos documentos de registro e inscrição, o atleta só terá condição legal de jogo após a devida concessão da transferência pela CBF e se o seu nome estiver incluído no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF até às 19h do dia 16 de março de 2016, prazo final das inscrições”.
Victor Ramos treina no Leão: problema pode ter sido entrar em campo (Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO)
O nome de Victor Ramos, no entanto, foi publicado no BID apenas no dia 18 de março, o que gerou a polêmica. Além disso, o sistema interno da CBF mostra a publicação do contrato definitivo de Victor Ramos com o Monterrey no dia 16 de março, o que prova que o atleta foi devolvido ao Monterrey após o fim do empréstimo para o Palmeiras. Dois dias depois, em 18 de março, foi registrado o empréstimo para o Leão. 
Caso a irregularidade seja comprovada, o Vitória poderia perder os pontos relativos ao jogos em que o zagueiro atuou. No caso, a partida contra o Flamengo de Guanambi, no último sábado. Assim, seria eliminado do estadual.
Ciente do regulamento, o Vitória garante que a situação do atleta é legal e que não há polêmica, já que a transferência envolvendo Victor Ramos é de caráter nacional, mesmo o jogador pertencendo ao Monterrey, do México. “É simples. Victor veio do México para o Palmeiras, emprestado, em 2015. Ele estava matriculado no Brasil, registrado na CBF. Como o atleta não voltou ao México, já que o Monterrey esqueceu de pedir a devolução após o fim do contrato com o Palmeiras (em 31 de dezembro), o registro ficou no Brasil. Por conta disso, a transferência foi caracterizada pela CBF como nacional”, explica o presidente Raimundo Viana.
Sistema interno do BID mostra que o empréstimo de Victor Ramos veio do Monterrey (Foto: Reprodução)
“Ele não poderia voltar a jogar no México porque a janela de transferência fechou. Ele não ia ficar desempregado. A Fifa conseguiu uma liberação para que ele permanecesse no Brasil. Sendo assim, liberou a CBF para fazer transferência interna. Brasil para Brasil”, completa o dirigente, que garante estar tranquilo com a situação do jogador.
O vice-presidente Manoel Matos concedeu entrevista à CBN e também se posicionou. “O Palmeiras liberou ele, só que o clube não deu entrada de volta ao México. Ele estava liberado pelo Palmeiras. Existe um certificado de transferência, que atesta que ele não saiu do Brasil. O contrato não voltou ao México. A transferência é considerada nacional, porque o certificado de transferência estava no Brasil e passou do Palmeiras para o Vitória. O Palmeiras não tinha nada a ver, porque tinha liberado. O Monterrey fez a transferência para o Vitória. Não foi do Palmeiras para o Vitória. A CBF autorizou o registro”, disse.
A versão do clube é sustentada pela Federação Bahiana de Futebol. “Garanto que foi transferência nacional, mas não vou entrar em detalhes. A federação vai se posicionar e apresentar o registro, explicar os pontos em nota oficial”, disse o presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues.
Outra versãoO CORREIO entrou em contato com advogados especializados em direito desportivo, que não quiseram ter seus nomes divulgados, mas avaliaram a situação de Ramos, e acreditam em irregularidade na inscrição do zagueiro.
De acordo com os especialistas consultados, “uma transferência entre Monterrey, do México, e Vitória, do Brasil, é caracterizada internacional”. Ainda de acordo com o grupo consultado, “em 2015 a Federação Mexicana de Futebol (FMF) concedeu um documento de Certificado de Transferência Internacional para que o zagueiro pudesse atuar no Brasil, pelo Palmeiras. Para não ter que emitir um novo documento, a FMF prolongou a validade do certificado que autoriza Victor Ramos a atuar em clubes brasileiros. Isso, no entanto, não faz com que a transferência se torne nacional, apenas pula uma etapa da burocracia”.
Regulamento do estadual possui item específico sobre transferências internacionais (Foto: Reprodução)
Segundo os advogados, VR3 está apto a jogar no Brasil, mas não pode atuar no Baiano por conta da cláusula do estadual. Por conta do feriado, a CBF não pôde ser contactada para dar sua versão do caso. Já o Flamengo de Guanambi, eliminado pelo Vitória nas quartas do estadual, prefere aguardar os desdobramentos do caso.

Bahia quer punição ao Vitória em caso Victor RamosApós o jogo contra o Bahia de Feira, o presidente do Bahia Marcelo Sant’Ana se manifestou sobre a situação do zagueiro Victor Ramos, do Vitória, que teria sido escalado de forma irregular no último sábado, contra o Flamengo de Guanambi. 
“O Bahia defende sempre a legalidade. Na nossa leitura houve um descumprimento ao regulamento. A transferência é internacional. O Monterrey é um clube do México. Pra mim é uma situação muito clara e nítida. O regulamento diz que, em caso de transferência internacional, independentemente dos registros, o nome do atleta teria que constar no BID até 16 de março e o nome de Victor Ramos consta no dia 18 de março”, afirmou o dirigente.
Ele não confirmou se o Bahia vai fazer uma denúncia formal. “É um fato público e notório. Vamos aguardar esse início de semana. O Flamengo de Guanambi é o principal interessado. Vamos aguardar inicialmente pra que, eventualmente ou não, o Bahia possa se manifestar sobre esse assunto através de seu departamento jurídico”, pontuou. 

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