Foto: Reprodução/Facebook
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Foi enterrado, na tarde desta quarta-feira (20), no cemitério Quinta dos Lázaros, o corpo de Henrique Assis das Neves, 30 anos, morto a tiros durante assalto próximo à Praça da Piedade, na noite de terça-feira (19). O comerciante, sócio de um sex shop, havia sido assaltado no mesmo local há cerca de um mês, acompanhado do marido. Na ocasião, eles não reagiram.
Pouco mais de 100 pessoas, entre amigos e familiares, acompanharam o enterro em clima de comoção. "Amigos são irmãos que escolhemos. Nunca tinha perdido um amigo, não tenho palavras", lamentou o amigo e sócio José Valões, 30, que dividia com Henrique o Hot Vip Sex Shop, na Mouraria. "Era uma pessoa muito querida, amorosa. Era um menino bom", disse a prima, a dona de casa Ana Irene Sousa.
Segundo Valões, Henrique passava pela Rua da Forca, onde ocorreu o assalto, todos os dias, voltando do trabalho. "Ele sempre descia (do ônibus) na Piedade e ia andando para casa, que fica na (Avenida) Carlos Gomes", contou. Henrique trabalhava no disque denúncia da Secretaria de Segurança Pública.
Lívia de Castro
Foto: Reprodução/Facebook
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Henrique também era ator transformista. No meio artístico, Henrique era conhecido como Lívia de Castro, nome em homenagem à cantora Mariene de Castro. Segundo o amigo Antoni Uelton, 38, ele se apresentava em boates há cerca de cinco anos. "É terrível, ficamos tristes com a insegurança. Mais um artista indo embora, outra estrela de nossa constelação", comentou, em alusão a outra transformista assassinada no Tororó, Andrezza Lamarck.
Embora o crime não pareça ter sido motivado por homofobia, o Grupo Gay da Bahia (GGB) acredita que a orientação sexual da vítima influencia em qualquer crime. "Temos que mostrar para a população que quando os criminosos percebem que nós somos gays, LGBT, a agressão é maior", afirmou Cristiano Santos, 41, vice-presidente da entidade.
Os amigos afirmaram sentir medo da violência, por sua orientação sexual. "Ando sempre assustado. Por ser gay, você já anda assustado", disse Valões, sócio de Henrique. "A gente tem medo, a gente não sai", reforçou Uelton.
Investigação
O crime será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A hipótese seguida pela polícia até o momento é que foi um latrocínio. O delegado que lidera a investigação não confirmou se Henrique teria reagido ao assalto. "Tenho que investigar com mais clareza", afirmou Jamal Amad, da 3ª Delegacia de Homicídios.
O crime será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A hipótese seguida pela polícia até o momento é que foi um latrocínio. O delegado que lidera a investigação não confirmou se Henrique teria reagido ao assalto. "Tenho que investigar com mais clareza", afirmou Jamal Amad, da 3ª Delegacia de Homicídios.
Imagens das câmeras de segurança de um edifício registraram o momento em que Henrique teve foi baleado. A polícia, entretanto, ainda não acha o vídeo conclusivo. "Estamos aprimorando a edição das imagens", disse Amad.
Beco do terror
Assaltos têm sido constantes na Rua da Forca, segundo ambulantes e moradores da região. Os roubos acontecem a qualquer hora do dia e o local ficou conhecido como “Beco do terror” por quem circula na área. "Têm muitos assaltantes que vêm da Praça da Piedade, da Estação da Lapa, pra assaltar no beco. Eles ficam à espreita, se escondem na Insinuante pra pegar gente. Não importa a hora”, contou uma ambulante.
Assaltos têm sido constantes na Rua da Forca, segundo ambulantes e moradores da região. Os roubos acontecem a qualquer hora do dia e o local ficou conhecido como “Beco do terror” por quem circula na área. "Têm muitos assaltantes que vêm da Praça da Piedade, da Estação da Lapa, pra assaltar no beco. Eles ficam à espreita, se escondem na Insinuante pra pegar gente. Não importa a hora”, contou uma ambulante.
A sensação de insegurança e os casos de violência se estendem ao Largo Dois de Julho e à Avenida Carlos Gomes, onde a vítima morava. "A gente tem que andar que nem mendiga. A gente trabalha duro, se a gente colocar uma roupa melhorzinha, já ficam de olho", reclamou uma moradora do local.
A Polícia Militar respondeu, em nota, sobre a insegurança da região. "O 18º Batalhão de Polícia Militar (BPM) atua diuturnamente no policiamento ostensivo na região, promovendo ações preventivas através de rondas, do policiamento a pé e motorizado, além de abordagens a pessoas e a veículos", afirma.
A nota também enumera unidades que reforçam o policiamento da região, como o Batalhão Especializado de Policia Turística (BEPTur), Operação Gêmeos do Esquadrão de Motociclistas Águia e a Companhia Independente de Policiamento Tático (Rondesp/BTS).
* Colaborou o repórter Bruno Wendel
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