Crônica anunciadaEm discurso com tom de desabafo feito na quarta-feira passada, o senador Walter Pinheiro preparou o terreno para entregar, ontem, a carta com pedido de desfiliação do PT, partido no qual era um dos quadros históricos. No seu pronunciamento de aproximadamente 12 minutos, Pinheiro derrama queixas contra o governo Dilma Rousseff, a quem atribui um comportamento de “capa de chuva, impermeável, em que tudo bate e escorre”.
“Podem me acusar de tudo. Durante muito tempo, muitos companheiros diziam que eu fazia ataques ao PT. Não fiz nenhuma crítica ao partido. Fiz, sim, o tempo inteiro, muitas críticas ao governo, que eu ajudei a eleger. Este governo, o qual eu fui para as ruas defender, fazer campanha, pedir votos, foi incapaz sequer de ouvir uma sugestão nossa”, afirmou Pinheiro, ao acusar a presidente e ministros de desprezarem propostas para sair da crise econômica apresentadas por ele, em conjunto com senadores da base aliada no Congresso Nacional.
Pausa para o futuroDe acordo com fontes próximas ao senador, Walter Pinheiro ainda não decidiu para qual legenda pretende ir e nem mantém negociações abertas com lideranças partidárias. A indecisão sobre o futuro também foi destacada em sua fala no plenário do Senado.
“Não sei como vou fazer daqui para a frente ou que caminhos vou trilhar, mas tenho certeza de que vou continuar nessa direção, distante um pouco até das figuras com as quais eu tive a oportunidade de percorrer essa trajetória”, acrescentou, antes de sinalizar que o projeto de retorno da CPMF foi a última gota de um pote cheio de mágoas.
Por enquanto, Pinheiro não tem pressa para subir em outro barco, já que não será candidato a prefeito este ano. Mas o PSD é apontado pelos seus interlocutores como caminho provável.
Réquiem da despedida
Embora a saída de Walter Pinheiro fosse esperada, por causa do isolamento imposto a ele pelo PT, incluindo o da Bahia, a notícia surpreendeu antigos aliados do senador, sobretudo pela hora escolhida para pedir desfiliação.
Embora a saída de Walter Pinheiro fosse esperada, por causa do isolamento imposto a ele pelo PT, incluindo o da Bahia, a notícia surpreendeu antigos aliados do senador, sobretudo pela hora escolhida para pedir desfiliação.
“Em meio a um ilegal processo de impeachment, que quer retirar do cargo a presidenta eleita por 54 milhões de votos, o senador Pinheiro abandona o barco. Sinto-me com vergonha alheia. Como se um irmão de luta cometesse uma falta grave diante dos nossos ideais de militância de toda vida. Não é ser filiado ou não ao PT. É a maneira, sem debate. É o momento inoportuno do ato para o PT e para a esquerda”, postou, no Facebook, Robinson Almeida, ex-secretário de Comunicação Social do governo Jaques Wagner e parceiro de Pinheiro no movimento sindical.
Por enquanto é só para manutenção, mas, em breve, vamos conseguir acabar com esse modelo de jardim zoológico arcaico
Marcell Moraes, Deputado estadual do PV, ao comemorar o fechamento temporário do Zoo da capital
Bola devolvidaVice-líder do governo na Câmara dos Deputados, o pernambucano Sílvio Costa (PTdoB) resolveu tirar sarro com o baiano Benito Gama (PTB), mas acabou levando um chapéu. Ao se aproximar de parlamentares que discutiam os últimos lances da crise política nos corredores da Casa, anteontem à noite, Costa resolveu provocar.
“Aposto com quem quiser que não vai ter impeachment”, bradou, balançando folhas de cheque. Nessa hora, o deputado petebista passava pelo grupo e acabou interpelado por Costa: “E aí, Benito, quer apostar comigo que o impeachment não vai acontecer?”.
De pronto, Benito parou, olhou de lado para Costa e disparou: “Então, quer dizer que a presidente Dilma vai pedir a renúncia e nós ainda não estamos sabendo?”. Sem graça, o governista teve que engolir as risadas dos colegas.
Postar um comentário
Postar um comentário
Seu comentário é sempre bem vindo!
Comente,opine,se expresse! este espaço é seu!
Se quiser fazer contato por email, utilize o formulário para contato.
Espero que tenha gostado do blog e que vol!te sempre