Um dia depois da morte do caminhoneiro Márcio Neres dos Santos, 35 anos, durante uma operação da Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal na Bahia (MPF) instaurou um procedimento de investigação criminal a fim de apurar as circunstâncias da ocorrência.
De acordo com o órgão, na quarta-feira (17) foram requisitadas informações à PF sobre a operação e também sobre a perícia da arma supostamente pertencente à vítima. Além disso, o MPF instaurou uma investigação sobre a atuação dos agentes policiais federais envolvidos.
Daiana Neres, irmã de Márcio, toca o caixão: ‘Os policiais chegaram sem mandado e mataram o meu irmão’(Foto: Robson Mendes)
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Santos foi baleado dentro de casa, no Condomínio Bosque das Bromélias, em Pau da Lima, durante a "Operação Carga Pesada", deflagrada pela Polícia Federal (PF), na terça-feira (16), para desarticular uma máfia que atuava no Porto de Aratu.
A organização criminosa agia através de uma cooperativa de caminhoneiros que roubava cargas e mercadorias de duas empresas que atuavam dentro do porto, localizado em Candeias, e que movimenta 60% das operações portuárias do estado. A estimativa é que o grupo tenha desviado R$ 100 milhões em dez anos. Além disso, a PF atribuiu ao bando três homicídios.
Cerca de 200 policiais participaram da operação, que resultou na prisão de 16 pessoas em quatro municípios - Salvador, Candeias, Simões Filho e Camaçari - e na apreensão de R$ 1 milhão em mercadorias, em São Paulo e Minas Gerais.
Arma
Márcio morava no apartamento 004. A PF informou que os alvos da operação eram pai e filho do 104. Familiares de Márcio acreditam que os policiais se equivocaram no momento da operação. De acordo com a PF, os policiais do Comando de Operações Táticas (COT) — grupo de elite da Polícia Federal — entraram no edifício e, no trajeto para o apartamento 104, encontraram um homem com um revólver na porta do 004.
Márcio morava no apartamento 004. A PF informou que os alvos da operação eram pai e filho do 104. Familiares de Márcio acreditam que os policiais se equivocaram no momento da operação. De acordo com a PF, os policiais do Comando de Operações Táticas (COT) — grupo de elite da Polícia Federal — entraram no edifício e, no trajeto para o apartamento 104, encontraram um homem com um revólver na porta do 004.
“Então, a equipe parou o que estava fazendo para neutralizá-lo, já que, armado, oferecia risco a todos, inclusive aos demais moradores, e deu voz de prisão”, contou o delegado Tiago Sena, do Departamento de Comunicação Social da PF.
Segundo o delegado, o homem correu para dentro do apartamento e os policiais foram atrás. “Foi quando ele manteve a arma apontada em direção aos policiais e foi baleado”, disse o delegado. Segundo ele, Márcio segurava um revólver calibre 38, que foi recolhido para análise de peritos da própria PF.
Sena reconhece que nenhum disparo foi efetuado da arma. A família de Márcio nega que ele estivesse armado. Sena explicou que os policiais do COT são lotados em Brasília e vieram, exclusivamente, para a Operação Carga Pesada.
“A PF não montou uma operação do dia para a noite. Todos os locais foram devidamente mapeados, inclusive o local onde ocorreu o fato”, declarou. A Operação Carga Pesada prendeu 16 pessoas ligadas a uma quadrilha de caminhoneiros acusada de roubar R$ 100 milhões em cargas do Porto de Aratu.
A morte de Márcio é apurada internamente pela PF, ainda no âmbito da Operação Carga Pesada. A instauração de uma sindicância específica para apurar o fato ainda não foi confirmada. Procurado para saber se interviria no caso, o Ministério Público Federal (MPF) não retornou o contato.
Documentos e celular
Durante o enterro do caminhoneiro realizado na tarde de quarta-feira (17), no Cemitério Bosque da Paz, familiares cobraram respostas da Polícia Federal para o desaparecimento dos documentos pessoais e aparelhos celulares do motorista. Eles também pediram uma investigação rigorosa do caso e afirmam que a PF errou. Sem envolvimento no esquema, Márcio foi morto pelos agentes da PF dentro da própria casa, no Condomínio Jardim das Bromélias, em Pau da Lima, por volta de 5h30.
Durante o enterro do caminhoneiro realizado na tarde de quarta-feira (17), no Cemitério Bosque da Paz, familiares cobraram respostas da Polícia Federal para o desaparecimento dos documentos pessoais e aparelhos celulares do motorista. Eles também pediram uma investigação rigorosa do caso e afirmam que a PF errou. Sem envolvimento no esquema, Márcio foi morto pelos agentes da PF dentro da própria casa, no Condomínio Jardim das Bromélias, em Pau da Lima, por volta de 5h30.
A PF reconheceu que não havia mandado de prisão contra Márcio, mas afirma que ele teria apontado uma arma quando os agentes entraram no prédio a fim de cumprir dois mandados de prisão. Segundo Alex Lemos, 29, cunhado de Márcio, após balearem a vítima, os policiais pegaram as chaves do carro e retiraram de dentro do veículo os documentos pessoais e celulares do motorista.
Por meio da assessoria, a PF informou que “tomou conhecimento” do desaparecimento do celular e dos documentos de Márcio, mas que ainda “não possuía um posicionamento a respeito”.
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