A presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento nesta segunda-feira (18) falando sobre o processo de impeachment, que teve prosseguimento aprovado ontem à noite pela Câmara de Deputados. Ela afirmou que se sente injustiçada pela votação e que a oposição ao seu governo usou a estratégia do "quanto pior melhor".
(Foto: Reprodução)
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Dilma reclamou de ter passado os últimos 15 meses sem poder governar com tranquilidade. "É muito interessante porque não há contra mim acusação de desvio de dinheiro público. Não há acusação de ter dinheiro no exterior. Por isso me sinto injustiçada. Aqueles que têm contas no exterior presidem sessão com uma questão tão grave que é o impedimento de um presidente", afirmou.
A presidente afirmou ter a "consciência tranquila" de que os atos que praticou, as chamadas pedaladas fiscais, não foram feitos ilegalmente, e sim baseados em pareceres técnicos, sendo que ela não se beneficiou de maneira pessoal com a situação. "Saio de consciência tranquila, porque eu pratiquei esses atos, são praticados por todo presidente em seu cargo." Para Dilma, "a mim se reserva um tratamento que não se reservou a ninguém".
Ela afirmou que o processo de impeachment contra ela é um atentado à democracia. "Eu recebi 54 milhões de votos, e me sinto indignada com a decisão que recepcionou a questão da apreciação da admissibilidade do meu impeachment." Para ela, inclusive, nem se pode considerar o que acontece um impeachment. "É uma tentativa de eleição indireta", criticou. "Enfrentei por convicção a ditadura, e agora enfrento um golpe de Estado, que não é tradicional da minha juventude, mas infelizmente é o golpe tradicional da minha maturidade."
Apesar do sentimento de "tristeza", Dilma diz que não irá ficar parada. "Eu não vou me abater, não vou me deixar paralisar por isso, vou continuar lutando, e vou lutar como fiz toda a minha vida", afirma. "Sei que a democracia é sempre o lado certo da história".
Depois do pronunciamento, Dilma respondeu algumas perguntas dos jornalistas presentes. Ela afirmou que vai ter uma negociação "qualificada" com os senadores. Disse também que a partir de agora vai ser necessário um "grande rearranjo do governo". "Nós teremos um outro governo. Vamos construir um novo caminho. Já enfrentei o terceiro turno, vou para o quarto turno. Além das medidas que já anunciamos, lançaremos outras medidas."
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