ESTADOS UNIDOS – O HIV e ebola são certamente duas das mais terríveis doenças virais que afetam a humanidade, e para as quais, infelizmente, ainda não há cura disponível. De acordo com relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), HIV fez 1.5 milhões de vítimas fatais em 2012, sendo a 6ª causa mais comum de morte no mundo. Já o número de mortes pelo ebola chegou a 1552 segundo a OMS no último surto da doença que atingiu países da África Ocidental, como Serra Leoa, Libéria e Guiné. A doença também se espalhou para o Senegal, República Democrática do Congo e Sudão.
Durante muitos anos, cientistas têm estudado o ciclo de infecção viral buscando estratégias que ajudem a combater a doença e evitar a infecção de células saudáveis. No caso do HIV, o vírus destrói células saudáveis quando é liberado pela célula infectada. Essa morte celular causa redução da imunidade do paciente, o que o torna suscetível a diversas doenças infecciosas. Já no ebola, a destruição celular causa intensa hemorragia, sobretudo em mucosas (gengiva, nariz, olhos), órgãos internos (estômago, fígado, intestino) e aparelho geniturinário, e o paciente pode morrer pela massiva perda de sangue.
Recentemente, cientistas da Universidade de Missouri nos Estados Unidos descobriram uma proteína que impede que o vírus HIV-1 e ebola sejam liberados pelas células e infectem outras células saudáveis. Essa proteína faz parte da família conhecida como TIM (do inglês transmembrane immunoglobulin and mucin domain) e tem papel importante na interação do vírus com a membrana celular antes de sua liberação pela célula. Interessantemente, essa proteína também auxilia na entrada do vírus em uma célula saudável.
Os cientistas usaram várias técnicas de biologia molecular, bioquímica e microscopia para estudar o fenômeno. Embora a descoberta ajude a entender melhor o mecanismo pelo qual o vírus infecta uma célula e depois é liberado, o cientista que conduziu o estudo, Shan-Lu Liu disse que ainda não é possível saber em qual estágio a interação com a proteína TIM é positiva (isso é, evita a liberação do vírus), ou negativa (facilita sua entrada). Entretanto, o cientista é otimista e acredita que as novas descobertas facilitaram o desenvolvimento de novos medicamentos antivirais que combatam o HIV e o ebola. O estudo completo foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, em Julho de 2014.
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