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A expressão, em inglês, significa comida de caminhão
O que é
Sabe aquele caminhão, carro, triciclo ou pickup adaptada para vender comida na rua? Não tô falando do carrinho de cachorro quente não! Pois é. O nome dessa categoria de lanchonete ou restaurante sobre rodas é Food Truck. A expressão, em inglês, significa comida de caminhão. Tudo começou em 1872, com um vendedor americano chamado Walter Scott. Ele adaptou um trailer para vender sanduíches, tortas e café e estacionou-o em frente a um jornal de Providence, capital do estado norte-americano de Rhode Island. “Toda essa indústria se deve a ele”, disse Richard J. S. Gutman, diretor do Museu de Artes Culinárias da Johnson & Wales University, ao jornal The New York Times, em maio deste ano.
Febre
De 2012 para cá, o food truck vem se consolidando como tendência gastronômica. Nos Estados Unidos, o site especializado The Daily Meal faz, há dois anos, a lista dos 101 melhores food trucks do país. 450 estabelecimentos de 40 cidades foram avaliados. Nova Iorque, inclusive, tem uma associação de Food Trucks, que reúne mais de 50 associados. No mesmo ano, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentaçao e Agricultura (FAO-ONU), mais de 2,5 bilhões de pessoas no mundo inteiro comiam comida de rua todos os dias. O canal por assinatura Fox Life exibe, aqui no Brasil, dois programas com o tema: Eat Street e The Great Food Truck Race. 
Aqui e aliPor aqui, os caminhõezinhos ainda são novidade. A Casa Cor São Paulo deste ano foi a primeira edição do evento a ter um. Não tem nem seis meses que a prefeitura paulistana  regulamentou a venda de comida de rua. Chefs badalados, como Alex Atala, já anunciaram que pretendem ir além das portas dos restaurantes. Já há até guia de localização online, o site foodtrucknasruas.com.br, que mapeia os carros de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Em Salvador, a questão ainda é nebulosa. “Não é permitido em via pública, não há legislação”, diz Brás Pires, coordenador de fiscalização e ordenamento da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP). Na Câmara, um projeto de lei do vereador Léo Prates versa sobre o tema, mas ainda não foi apreciado.
O Temaki Road tem cardápio com culinária japonesa e chinesa: paradas na Paralela, no Imbuí e em eventos como Salvador Fest, Sarau du Brown e Vaquejada de Serrinha (Foto: Angeluci Figueiredo)
Japonês na estradaO Temaki Road é a realização de um sonho do sushiman Josival de Souza, 36 anos. Há mais de 12 anos na labuta com culinária japonesa, ele já trabalhou em restaurantes como Soho, Tokai e Amado e no complexo de hotéis da Costa do Sauipe. Desde o Carnaval, se juntou com o irmão Jeovani, também sushiman, e resolveu botar a mão no salmão - desta vez, sobre rodas. “Vi temakerias móveis quando morei em São Paulo e quis muito trazer a ideia para cá”, conta. Além das 13 opções de temakis, o menu do restaurante móvel oferece com quatro tipos de yakissoba e cinco variedade de makimonos.
O cone mais barato, de kani, custa R$ 12. O mais caro se chama Fire Road, mistura salmão massaricado, camarão, cream cheese e kani e sai por R$ 25. A porção de 500 gramas de yakissoba varia entre R$ 15 e R$ 20. Quando não está em eventos como o Salvador Fest e a Vaquejada de Serrinha - na qual Josival garante que Ivete Sangalo se acabou numa barca de sushi - a van tem parada certa. Quarta e quinta,  estacionam entre a Unifacs e o Extra da Avenida Paralela. De sexta a domingo, o point é a Praça Gaivota, no Imbuí.
“Postamos nossa programação no Facebook”, diz Josival, que vende, no mínimo, 150 temakis e 350 yakissoba por semana. “Sempre trabalhei com culinária japonesa. Sou cozinheiro há 25 anos e tenho seis irmãos sushimans. Puxamos ao irmão mais velho, que tem 40 anos no ramo”, explica  o empresário. A adaptação do carro, feita em São Paulo, demorou dois meses.
A barca de sushis é uma das opções do menu: 40 peças por R$ 120 (Foto: Angeluci Figueiredo)
O veículo tem placa de captação de energia solar e quatro baterias de caminhões adaptadas para gerar energia. É equipada com freezer, balcão, armário e dois cooler. “Gastei quase R$ 300 mil. Já tive um restaurante fixo e não foi sucesso por causa da burocracia”, avalia Josival, que pretende ter um segundo carro. “A ideia é, no  Carnaval, ficar no Jardim Brasil”, planeja.
Pão quente e merenda boa
Pão quentinho na hora, de sal, milho, leite, batata e integral, e lanches que tiram qualquer um da dieta – e são o carro-chefe do negócio. Tem sonho de doce de leite ou goiabada, enroladinho, pão de queijo, farofa e delícia, além da tradicional broa. Com esse menu-tentação, a Padaria Móvel fez sua clientela no Cidade Jardim, desde que o trailer começou a circular por lá há quatro anos. De acordo com Valdemar Reis Lopes Neto, funcionário da casa – o seria do carro – a padaria já passou por outros bairros.
Quem quiser conferir se os pães e lanches são gostosos mesmo, podem procurar o triciclo amarelo com baú amarelo das 14h às 20h. “As pessoas costumam comprar o pão para levar para casa, mas os lanches, o povo costuma comer aqui mesmo ou levar para um passeio ou para a rua”, explica Valdemar. Segundo ele, o pão vem com a massa pronta e é assado na hora.
“As outras coisas já chegam prontas da padaria”, diz.  Um pão custa R$ 0,40 e o sonho, R$ 0,50. O enroladinho vale por R$ 2,50 e o bauru também, já o pão farofa sai por R$ 0,80 e engana o estômago.  A Padaria Móvel também tem unidades no Stiep, São Rafael, Iguatemi e Imbuí.
Valdemar Reis Lopes Neto assa o pão na hora, dentro do baú do triciclo. Tem de sal, leite, milho, integral... (Foto: Angeluci Figueiredo)
O frango no guetoGleidson Nascimento, 27 anos, tem uma gráfica. Mas o dinheiro com as impressões não era o suficiente para manter a casa e ele partiu para um novo negócio, que em nove meses se tornou sua principal fonte de renda. Pesquisando na internet, teve a ideia de criar o Franghetto - vem de frango no gueto -, um trailer que vende frango assado. Simples assim, mas a farofinha vai de brinde.
“Ponto comercial é um negócio muito difícil, daí tive a ideia do trailer”, que é móvel, mas tem ponto fixo, no fim de linha do Garcia, perto da casa dele. “Está uma coisa pequena, ainda, mas tem dado boas respostas. Comecei o negócio, eu e minha mãe. A gente prepara, limpa e traz aqui para assar”, explica.
“Vendo 80 frangos no domingo e uns 40 no sábado”, revela Nascimento, que só trabalha aos sábados e domingos, na hora do almoço. O trailer é de um amigo, que usa à noite e para quem paga um aluguel. “Gastei com plotagem e com a máquina que assa, a famosa televisão de cachorro. Tudo ficou em uns R$ 7 mil”, revela o empresário, que pretende ter outros trailers também em bairros populares. Quanto ao frango, pode ser assado com manteiga de garrafa e levar queijo parmesão. O próximo passo é acrescentar feijão, arroz, salada...
A Kombi Cura foi pintada pelo grafiteiro Eder Muniz e tem cardápio totalmente vegano e integral: iniciativa de quatro amigos contempla saúde, sustentabilidade e direitos dos animais (Foto: Divulgação)
Kombi do amorEm junho deste ano, nasceu a Kombi Cura. O nome já diz a que ela veio. “Tem a ver com um trecho do livro Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa: ‘qualquer amor é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura’. Queremos levar sementinhas de cura através de alimentação saudável e novas formas de se relacionar com os outros seres do planeta”, explica o cozinheiro e professor de ioga Sandro Lobo.
Ele é bacharel em Direito e abandonou o serviço público, como analista judiciário, para se dedicar ao sonho. Ao lado de três amigos, os também gastrônomos Marcelo Lemos, Rafa Figueiredo e Bárbara Leoa, ele toca o projeto, que além de vender comida, contempla aulas de culinária vegana, vivências de ioga, mergulho, surfe e palestras sobre direitos dos animais.
Por cerca de R$ 15 mil, eles reformaram, em Feira de Santana, uma Kombi ano 94 para comportar uma cozinha móvel. A estreia foi no  São João do Vale do Capão, na Chapada Diamantina). “A gente serve lanches e almoços 100% integrais e veganos. Dentro do possível, também orgânicos”, diz Sandro.
O menu varia de acordo com a disponibilidade de ingredientes. Já saiu pão de queijo sem queijo, acarajé de forno, vatapá de inhame, tortas de jaca e goiaba e pastéis de forno de berinjela e brócolis. “Queremos veganismo acessível, dentro da perspectiva de economia solidária. Normalmente, o lanche custa R$ 5, o almoço R$ 10 e o suco natural de 500 ml também sai por R$ 5”, explica Sandro.
Curtiu a vibe dos meninos? Hoje é a última chance de conhecê-los e provar as delícias veganas. Pelo menos pelos próximos três anos. Eles vão cair na estrada, rumo ao México, terça-feira. A despedida acontece em Stella Maris, às 12h (mais informações na página deles no Facebook/kombicura). O pagamento é só em dinheiro.

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